Hipossalivação, boca seca ou xerostomia
Consiste na diminuição da produção de saliva ou nenhuma saliva na boca.
Pode ser uma condição transitória, causada pelo uso de algum medicamento que diminui a salivação, como antialérgicos, descongestionantes, analgésicos, anti-hipertensivos e principalmente antidepressivos e diuréticos, ou por outras causas como: respiração bucal, poeira, profissão que exija falar muito ou o famoso estresse.
Se o problema for persistente, pode indicar a existência de algum problema mais sério, como um efeito colateral de enfermidades que acometem as glândulas salivares como Síndrome de Sjögren, artrite reumatóide, HIV/AIDS, diabetes, doença de Hodgkins.
A Síndrome de Sjögren é uma doença autoimune. O sistema imunológico do paciente ataca suas próprias glândulas produtoras de lágrimas e saliva. A doença causa secura nos olhos e na boca, podendo também provocar secura de pele, nariz, vagina e afetar outras partes do corpo, como os rins, vasos sangüíneos, pulmões, fígado, pâncreas e cérebro. Fadiga e dor nas articulações também podem estar presentes. Nove entre dez pessoas com Síndrome de Sjögren são mulheres. A causa específica não é conhecida, mas múltiplos fatores estão envolvidos, dentre eles os genéticos, viróticos, hormonais ou suas interações.
Radioterapia e Quimioterapia
Na radioterapia as glândulas salivares podem sofrer alterações morfofisiológicas com consequente diminuição do fluxo salivar. Dependendo das glândulas salivares afetadas pela radiação, o fluxo salivar pode diminuir em até 90%. O dano pode ser permanente ou transitório.
Na quimioterapia, as drogas utilizadas no tratamento contra o câncer podem tornar a saliva mais espessa ou diminuir bastante a salivação.
Durante a menopausa alterações dos níveis hormonais afetam alguns sistemas de órgãos que podem influenciar tecidos orais, incluindo a mucosa e glândulas salivares. Com a idade, observa-se uma perda constante de células produtoras de saliva que são substituídas por gordura ou tecido conjuntivo.
Muitos fumantes apresentam boca seca. A diminuição da salivação causa sensação de queimação dolorosa na boca, dificuldade de mastigar, formar o bolo alimentar e deglutir alimentos, pois como a saliva inicia a digestão de muitos dos alimentos ingeridos, todo o resto do processo ficará comprometido.
Dificuldade em falar, diminuição do paladar e aumento do consumo de líquidos também podem ocorrer.
A saliva também ajuda a proteger os dentes contra cáries e prevenir infecções pelo controle da população de bactérias e fungos na boca. Sem a proteção da saliva pode ocorrer doença gengival, mau hálito (devido ao aumento do número de bactérias por falta de limpeza), lábios rachados e candidose bucal. Fica favorecido o aparecimento de lesões na mucosa. Podem ocorrer ulcerações acompanhadas de intensa sintomatologia dolorosa e sensação de ardor. A pequena quantidade de saliva pode ainda alterar a fixação de próteses dentárias.
Fazendo um bom tratamento pode melhorar a boca seca em alguns casos, mas em outros, o fluxo salivar permanece inalterado. Beber pelo menos 2 litros de água por dia ajuda a manter a hidratação do organismo. Mascar chicletes, de preferência sem açúcar, também ajuda a aumentar o fluxo salivar. Evitar fumo e bebidas alcoólicas, enxaguantes bucais com álcool, bebidas com cafeína, fazem muita diferença para os que já convivem com o problema. Uma saída é o uso de saliva artificial.
A especialidade odontológica mais indicada para o tratamento da boca seca ou hipossalivação é a Patologia.
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